Foto: Fernando Gomes
Foto: Fernando Gomes

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A deputada estadual Luciana Genro (PSOL) destinou uma emenda parlamentar de R$100 mil ao Hospital Universitário São Francisco de Paula, da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Juntamente com o grupo Girassóis Pelotenses, seu assessor na cidade, Ederson Rodrigues, foi quem trouxe a demanda ao mandato. O valor será utilizado na compra de equipamentos e mobiliário para aprimorar o atendimento a pacientes com fibromialgia e à população idosa atendida pelo hospital.

“Investir na saúde pública e direcionar recursos para quem mais precisa é uma prioridade do nosso mandato. Essa emenda busca fortalecer o Hospital Universitário São Francisco, garantindo que esses pacientes recebam um atendimento digno e de qualidade. Estamos comprometidos em apoiar iniciativas que façam a diferença na vida da nossa população,” disse Luciana Genro.

Essa emenda faz parte de uma série de esforços para fortalecer o atendimento público de saúde na região, beneficiando diretamente pessoas com condições que exigem cuidados especiais e contínuos. A deputada destacou a importância de direcionar recursos para iniciativas que promovam a saúde e o bem-estar de grupos vulneráveis, como os idosos e os portadores de doenças crônicas, que enfrentam desafios diários na busca por qualidade de vida.

Com esses novos recursos, o Hospital Universitário São Francisco de Paula poderá melhorar sua estrutura e a qualidade dos serviços oferecidos, em especial na área da fisioterapia, proporcionando maior conforto e eficiência no atendimento. Além disso, a aquisição de novos equipamentos permitirá diagnósticos mais precisos e um cuidado mais adequado às necessidades específicas desses pacientes.

Ampliando tratamentos
“Receber este recurso é um marco importante, pois permitirá a ampliação e a qualificação dos atendimentos oferecidos à população regional, especialmente no tratamento de patologias reumáticas como a fibromialgia e a Síndrome de Dor Miofascial. A fibromialgia, por exemplo, é uma condição complexa e frequentemente incapacitante, que atinge principalmente mulheres entre 40 e 55 anos, causando dores difusas e crônicas,” destacou o professor e coordenador do curso de Fisioterapia, Flaviano Moreira da Silva.

Ele explica que a fisioterapia, com seus recursos terapêuticos manuais e tecnológicos, tem se mostrado altamente eficaz no alívio desses sintomas, oferecendo uma alternativa não invasiva e com menos efeitos adversos em comparação aos tratamentos exclusivamente farmacológicos. “Com essa emenda, poderemos reforçar nosso trabalho no campus, que atende exclusivamente pelo SUS desde 2003, fortalecendo ainda mais o alinhamento entre o curso de Fisioterapia e o ambulatório regional de reumatologia do hospital.

Por mais qualidade de vida
Patrícia Santos Palma, integrante do grupo Girassóis Pelotenses, relata as dificuldades enfrentadas por pacientes com fibromialgia para se manter no mercado de trabalho devido às limitações impostas pela doença. Ela também destacou a urgência de tratamentos mais acessíveis e integrados para quem convive com a doença. Segundo Patrícia, embora a legislação garanta direitos, na prática, as dificuldades permanecem.

“Nós precisamos de terapias como hidroginástica, hidroterapia e um acompanhamento multiprofissional com reumatologistas, psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas. É fundamental para aliviar as dores e melhorar a qualidade de vida”, afirmou. A paciente também demonstrou expectativa com iniciativas como as do Hospital São Francisco, que podem ampliar o acesso a tratamentos e proporcionar melhores condições físicas e mentais aos pacientes.

A dor crônica afeta o corpo inteiro, prejudica a memória, a capacidade cognitiva e a estabilidade emocional, tornando inviável acompanhar a rotina de um emprego. A fibromialgia ainda não é reconhecida como deficiência física a nível federal, o que impede muitos de nós de acessar auxílio-doença ou outros benefícios previdenciários.

“Estou com 49 anos, tenho outras doenças graves além da fibromialgia e passo por dificuldades financeiras por não conseguir trabalhar e pela falta de compreensão sobre a doença no mercado de trabalho. É muito sofrido, muito mesmo”, desabafou.