Na reunião de retorno dos trabalhos após a interrupção devido à calamidade, a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa debateu a reconstrução das escolas afetadas pelas enchentes que atingiram o estado. A deputada Luciana Genro (PSOL) participou do encontro, destacando a necessidade de ações urgentes por parte do poder público.
Mais de 40% das escolas estaduais do RS foram atingidas, de acordo com a Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul (Seduc). Foram 1.044 escolas, em 243 municípios, afetadas de alguma forma pelas intempéries.
Na reunião da Comissão de Educação, representantes de diversas escolas foram recebidos para relatar os problemas que têm enfrentado e a inviabilidade de retomar às aulas. Os representantes das escolas ressaltaram, também, que a limpeza dos espaços precisa ser feita por empresas especializadas no assunto. “Nós ficamos vinte dias com a escola completamente alagada, incluindo cozinha e refeitório, como vamos receber os alunos sem ter uma merenda adequada? Sem ter um espaço higienizado?”, pontuou Joce Sperotto, diretora da Escola Júlio Grau.
Luciana Genro, que tem acompanhado de perto a situação das escolas, destacou que é fundamental analisar cada caso, pois “cada comunidade escolar é uma situação particular, não existe uma receita única para resolver o problema, embora exista um ponto estratégico fundamental, que é a intervenção correta do poder público, correta, ágil e eficaz”, reforçou. A parlamentar pontuou que o Estado é fundamental nesse momento e que apenas ações voluntárias não conseguirão dar conta dessa tragédia.
Uma das preocupações das escolas é a demora para retomar as atividades, já que também é fundamental para o bem estar das crianças que elas estejam inseridas dentro de sua rotina. Mariel Sossa, que é mãe de duas alunas do Colégio Olinto, incluindo uma menina autista, relatou a dificuldade de lidar com esse período, já que a alteração de rotina pode ser muito prejudicial. Ela também destacou que o formato de aulas online não seria viável para sua filha, por isso a necessidade de que a limpeza das escolas seja feita com eficácia e agilidade.
“A população vem demonstrando um alto poder de ação voluntária e espontânea, mas só o voluntariado não vai dar conta dessa tragédia, precisamos da ação do poder público”, ressaltou Luciana Genro.
Também esteve presente a vice-presidente do Núcleo 39 do CPERS, Neiva Lazzarotto, que tem cobrado do governo medidas para solucionar a questão das escolas afetadas.
A Comissão de Educação se comprometeu em fazer a mediação entre as comunidades e o poder público, cobrando e solicitando que essa situação seja resolvida.