As pessoas com deficiência (PcDs) que precisam utilizar o trem na Região Metropolitana de Porto Alegre sofrem com a falta de acessibilidade nas estações e vagões. O problema atinge especialmente quem é cadeirante, já que não existe rampa de acesso nos trens. Há um ano a deputada estadual Luciana Genro (PSOL) vem cobrando da Trensurb uma solução, com a implantação de uma rampa de fácil instalação que foi, inclusive, projetada por um funcionário da empresa, mas até agora nada foi feito.
Em julho de 2021 a deputada denunciou a situação nas redes sociais e enviou um ofício à Trensurb solicitando o uso de uma rampa de acesso nos vagões. A empresa respondeu que a rampa, idealizada pelos funcionários e confeccionada pela equipe do setor de manutenção predial, estava em fase de testes. Contudo, num segundo contato a Trensurb revelou que o equipamento precisaria ser encaminhado ao setor de engenharia para passar por adaptações.
Diante da ausência de implantação da rampa, Luciana Genro solicitou uma reunião com a direção da empresa, que ocorreu na terça-feira (05/07). O presidente da Trensurb, Pedro Bisch Neto, recebeu Carla Zanella, assessora da deputada, e Fernanda Vicari, presidente da Associação Gaúcha de Distrofia Muscular (AGADIM), que havia levado a demanda da acessibilidade nas estações e trens à parlamentar. Na ocasião, o presidente da Trensurb garantiu que seria dado um retorno sobre a resolução do problema até sexta-feira, dia 8.
“Não é possível que a Trensurb trate com tanto descaso as necessidades das pessoas com deficiência. Existe uma rampa que poderia ser instalada nos vagões, nós estamos cobrando isso da empresa desde julho do ano passado, e nada é feito”, criticou a deputada.
Luciana Genro foi procurada ano passado por Fernanda Vicari, que se desloca diariamente entre Canoas e Porto Alegre utilizando o trem. “Sou uma mulher com deficiência, uso cadeira de rodas motorizada, e venho tendo há anos problemas com a Trensurb nas questões de acessibilidade, principalmente no embarque e desembarque dos vagões nas estações”, denuncia.
Ela explica que existe um vão entre o vagão de trem e a estação que torna muito difícil a pessoas cadeirantes embarcar ou desembarcar de cadeira de rodas sozinhas. Assim, sempre que ela precisa entrar ou sair de um trem, é preciso que funcionários da empresa auxiliem na passagem pelo vão. “Existe um equipamento sem uso de tecnologia, de baixo custo, que minimizaria os impactos no embarque e desembarque aos usuários e trabalhadores. Já foi confeccionado um protótipo. O presidente falou que já conhecia a rampa e inclusive acreditava que a mesma já estava em uso, mas nunca esteve. É um equipamento simples, que é usado em estações por todo Brasil, ainda não está em uso pela Trensurb”, informou Fernanda.