A deputada Luciana Genro (PSOL) esteve com as trabalhadoras terceirizadas que protestaram em frente ao Palácio Piratini na manhã desta terça-feira (19/07), exigindo o pagamento de valores aos quais têm direito. São 140 mulheres, em sua maioria negras, mães solo, que trabalharam na limpeza das escolas estaduais com contrato com a empresa GFG RH e não receberam parte dos seus salários, suas rescisões, vale transporte, vale alimentação e adicional de insalubridade.
Elas foram contratadas por um período de seis meses, pela empresa terceirizada, mas após três meses sem receber, pediram rescisão dos contratos, o que foi conquistado via mediação judicial. Até hoje, no entanto, seguem sem receber parte dos valores que lhes é devido pelo trabalho prestado. “Queremos responsabilidade do Estado. Por que contratam empresas que não têm condições de pagar as trabalhadoras?”, questionou Adriana da Silva Cunha, presidente da Associação Unidos Terceirizados.
O protesto foi acompanhado pela professora Neiva Lazzarotto, que acompanha as trabalhadoras desde a primeira denúncia quando estava na Direção do 39° Núcleo do CPERS e Tamyres Filgueira, dirigente licenciada da ASSUFRGS, que tem apoiado a luta das terceirizadas. Neiva apontou ainda que, após a rescisão dos contratos, as escolas estão sem essas trabalhadoras e novas ainda não foram contratadas, prejudicando também os serviços nas instituições.
A deputada Luciana Genro conseguiu intermediar uma reunião entre as mulheres e a Casa Civil, com o assessor André Palácio, que se comprometeu a levar as demandas ao governo do estado. “As empresas terceirizadas têm dado muitos problemas. E a empresa ser mandada embora não resolve, porque as pessoas ficam a ver navios. É uma situação desesperadora dessas mulheres”, analisou a deputada.
As mulheres relatam estar sem dinheiro para comprar itens básicos, como gás de cozinha e alimentos, pagar aluguel e sustentar os filhos. Durante os meses em que trabalharam para a GFG, não receberam vale transporte, tendo que tirar do próprio bolso para se deslocar.
Este não é o primeiro e nem será o último caso de problemas e atrasos em pagamentos causado pelas terceirizações. Na Assembleia Legislativa, as trabalhadoras da recepção também denunciaram ter ficado sem receber. Em maio, terceirizadas da Seduc já haviam protestado por estar sem receber seus direitos, tendo passado o Dia das Mães e a Páscoa sem um centavo no bolso, e na ocasião, foi prometido que a situação seria resolvida, o que ainda não ocorreu.
“Tenho recebido denúncias de diversas empresas que não repassam os pagamentos às trabalhadoras, como a Purify, a Império Soluções e a GFG Recursos Humanos. A verdade é que a terceirização do serviço de limpeza prejudica as trabalhadoras, com contratações precárias e um jogo de empurra-empurra entre o governo e as empresas. A mobilização é fundamental para expor esta situação e buscar uma solução mais rápida. Nosso mandato está à disposição para colaborar!”, afirmou Luciana Genro.