Cinco meses após denunciar a transferência do Centro de Referência Estadual da Mulher Vânia Araújo para um estacionamento dentro do Centro Administrativo, a deputada Luciana Genro (PSOL) acompanhou nesta terça-feira (31/05) uma visita ao novo local onde o CRM irá funcionar. A secretária da Igualdade, Cidadania, Direitos Humanos e Assistência Social, Márcia Pires de La Torre, apresentou à deputada o espaço que abrigará a Casa da Mulher Gaúcha, localizado em um complexo de prédios na Cidade Baixa que estava inutilizado pelo governo.
O local já abrigou a FPE (Fundação de Proteção Especial) e outras fundações ao longo dos anos, antes de ser interditado devido ao desabamento de uma passagem entre dois prédios, que forçou a interdição de todo o espaço. Agora, parte dos edifícios será destinada para políticas para mulheres, com prioridade inicial para o CRM, cuja obra será realizada com recursos do projeto Avançar RS. Para que toda a estrutura seja liberada para utilização, a Secretaria de Obras Públicas exige que seja consertada a passarela que gerou a interdição, por isso esta será a primeira obra feita.
“Depois de quase quatro anos sem nenhuma política de enfrentamento à violência contra as mulheres, o governo do estado está finalmente anunciando a Casa da Mulher Gaúcha. Nós vamos cobrar que isso se torne realidade e possamos ter de fato uma rede de atendimento e acolhimento”, avaliou Luciana Genro. Segundo a diretora do Departamento de Projetos Estratégicos da Secretaria, Giselle Pereira Nunes, a obra precisa ser concluída este ano. “Temos o compromisso real e um cronograma para concluir este ano, é um projeto prioritário e queremos até novembro estar com o CRM aqui”, afirmou.
São diversos prédios dentro do mesmo terreno, que será dividido entre o espaço para políticas para mulheres e para a Orquestra Juvenil, com uma barreira para separar os dois espaços. O orçamento previsto para a parte voltada a mulheres é de R$ 3 milhões, dos quais a secretária prevê utilizar cerca de R$ 2 milhões ainda este ano. “O segundo andar do prédio onde ficará o CRM será destinado para abrigamento de mulheres vítimas de violência, enquanto a ideia para o prédio em frente é ser sede das diversas instituições que compõem a rede”, explicou a secretária Márcia. Polícia Civil, Ministério Público e Defensoria Pública são órgãos que devem ter representação e espaço no novo complexo.
“Não basta só apresentar o plano, é preciso executar. Vamos cobrar e fiscalizar muito, pois o histórico deste governo é de descompromisso com as políticas para as mulheres”, enfatizou Luciana Genro.
Confira a denúncia de Luciana Genro sobre a situação do CRM em dezembro de 2021: