A deputada estadual Luciana Genro (PSOL) enviou nesta quarta-feira (16/02) ao Ministério Público uma notícia de fato a respeito das declarações LGBTfóbicas de Flávia Cristina Abreu, sargento aposentada Brigada Militar. No dia 11 de fevereiro ela disse, no programa Boa Tarde Brasil, da Rádio Guaíba, que a população LGBT está associada à prática de pedofilia.
“O LGBTQIA+, envolve, para quem não sabe, o A+ envolve a pedofilia. Quando se diz LGBTQIA+, o A+ quer dizer esse tal de poliamor aí, que essa gente da esquerda prega, só que muitos não sabem”, disse a policial. A fala foi feita durante uma pergunta endereçada à ministra Damares Alves, que participava do programa.
A ativista travesti Natasha Ferreira, vereadora suplente do PSOL em Porto Alegre, também assina a representação enviada ao MP junto com Luciana Genro.
“Por meio de sua declaração, a entrevistada fez crer que integrar a comunidade LGBTQIA+ é sinônimo de apoiar e cometer atos criminosos, incitando, dessa forma, a opinião pública a acreditar que a população LGBTQIA+ não somente seria propensa a cometer o grave crime mencionado, como incentivaria condutas ligadas à pedofilia – ou seja, alimenta, com informações absolutamente falsas, discursos de ódio que geram preconceitos, reforçam estigmas e incitam a discriminação e práticas violentas”, disse a deputada na denúncia.
Luciana Genro e Natasha Ferreira consideram que, pelo teor de suas declarações, Flávia Cristina Abreu deve ser responsabilizada pelo crime de LGBTfobia – que, de acordo com decisão do STF, se enquadra nos marcos da Lei 7.716/89 como um crime inafiançável e imprescritível. Elas solicitam ao MP que tome as providências cabíveis diante da denúncia enviada ao órgão.
Confira a íntegra da notícia de fato enviada ao MP: