A Escola Estadual Jardim América, no bairro de mesmo nome, em Capão do Leão, aguarda há cinco anos pela conclusão de reformas simples no prédio que divide com uma escola municipal. A comunidade escolar reivindica, ainda, a construção de um prédio próprio para que o atendimento possa ser ampliado para mais turnos. Atualmente, com a oferta apenas à noite, alguns estudantes do bairro se deslocam até o centro do município para poderem estudar de manhã ou à tarde. A deputada estadual Luciana Genro e o vereador de Pelotas Jurandir Silva, do PSOL, estiveram no local na última sexta-feira (12), juntamente com o professor Helder Oliveira, liderança do partido na região.
Capão do Leão é um município de cerca de 25 mil habitantes, vizinho de Pelotas, no qual o Jardim América é o maior bairro e concentra uma população em vulnerabilidade social. Segundo o diretor Guilherme Bourscheid, a situação da educação no município é muito complicada e 70% dos estudantes não tinham acesso às aulas digitais, estudando somente por apostilas que as famílias buscavam na escola durante o período da pandemia.
O contrato para a realização das obras foi inicialmente assinado em 2018, com recursos do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). No entanto, a escola teve problemas com as empresas responsáveis pelo projeto e, agora, o caso está parado na Secretaria Estadual da Fazenda. “Em dois anos de escola fechada, poderiam ter terminado o serviço. São reformas, reparos que poderiam ser terminados em um mês ou dois. Mas falta assumir e deslanchar o trabalho”, avalia Guilherme.
A escola corre o risco de perder os recursos, como já ocorreu com outras instituições que não concluíram obras com verbas do BIRD. Guilherme relata ainda que, no início dos anos 2000, chegou a haver um projeto e orçamento para que fosse construído um prédio exclusivo para a escola estadual, em um terreno doado próximo ao local, mas nunca se iniciaram as obras.
“Vamos oficiar a Secretaria da Fazenda para pressionar pelo andamento das obras. São muitas escolas no Rio Grande do Sul inteiro com reformas paradas, e temos cobrado do governo para que dê continuidade. Muitas vezes, corre-se o risco de perder recursos, como é o caso da Jardim América, ou em alguns casos os recursos até mesmo já foram perdidos”, apontou Luciana Genro.
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