Em visita a Passo Fundo nesta sexta-feira (21), a deputada estadual Luciana Genro (PSOL) esteve na Escola Estadual Profissional João de Cesaro, onde o militante do PSOL na cidade, Celso Dalberto, é professor. A comunidade escolar denuncia o fechamento de turnos da manhã e noite dos cursos de Secretariado e Técnico em Informática, que agora estão disponíveis apenas à noite. Já o curso de Nutrição permanece nos três turnos.
A diretora Sirlei Pinheiro de Almeida relata que os cursos não tiveram problema de procura anteriormente à pandemia que pudesse justificar o fechamento. Os professores consideram que, inclusive, a disponibilidade de turnos possibilitaria que mais estudantes que cursam o Ensino Médio pudessem cursar também o técnico. A diretora relatou que a coordenadoria regional não deixou a escola abrir inscrições para os turnos do dia.
O professor Orlando Marcelino da Silva Filho, que é diretor do 7º Núcleo do Cpers, informou que as escolas técnicas não estão incluídas no programa Avançar na Educação, anunciado recentemente pelo governo do estado. A João de Cesaro é a única escola somente técnica do município. “Temos uma aluna que vem de Serafina Corrêa e tem que vir à noite, de ônibus, com dores, porque não tem turma para ela de dia”, relatou. A escola atende pessoas em reabilitação pelo INSS que precisam estar estudando por estarem afastadas de seus trabalhos por problemas de saúde, então tem alunos com deficiência, cadeirantes, ou com problemas de saúde.
“Infelizmente, o descaso com a educação é geral. Temos recebido também relatos de fechamento de turmas de EJA, além de muitas escolas com problemas estruturais”, avaliou Luciana Genro. A deputada sugeriu aos professores a realização de uma audiência pública sobre a situação das escolas técnicas do estado. Ela vai enviar nos próximos dias um documento para a Secretaria de Educação contendo relatos de problemas em diversas escolas estaduais.
A escola é reconhecida no município e na região como uma porta de entrada para o mercado de trabalho, conforme relatou a coordenadora pedagógica Silvia Regina Albuquerque. “Temos um ótimo reconhecimento da sociedade, tem lugares que ligam para a escola para pedir indicação de alunos para participarem dos processos seletivos. Eles se recolocam no mercado dentro de dois anos, então é um trabalho importante. É um desrespeito o que está acontecendo”, aponta.