Os trabalhadores das instituições financeiras do Rio Grande do Sul enviaram no dia 19 de março um ofício ao governador Eduardo Leite relatando diversas situações de descumprimento das medidas sanitárias decretadas no estado por parte dos bancos. A Federação de Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do RS (Fetrafi/RS) argumenta que o distanciamento social dentro das agências não têm sido respeitado e que os bancos não estão divulgando à população que somente atendimentos previamente agendados estão sendo realizados. A deputada estadual Luciana Genro também oficiou o governo do estado, reforçando as cobranças feitas pela Fetrafi/Rs.
O Decreto Estadual nº 55.766 estipula que os bancos devem limitar a aproximação de pessoas a partir de um atendimento exclusivo a quem tiver agendado previamente um horário e da manutenção de 50% do número de funcionários no local de trabalho. Porém, a Fetrafi/RS denuncia que essas diretrizes estariam sendo burladas pelas instituições financeiras, gerando aglomeração em frente às agências e colocando em risco os trabalhadores e usuários dos serviços bancários.
“Em relação ao atendimento por meio de agenda prévia, as instituições financeiras não promoveram uma ampla divulgação para a sociedade, informando que não haveria atendimento nas agências, se não estivesse com horário previamente estabelecido. Sem essa ampla divulgação, salvo exceções, o arquétipo é a aglomeração na frente das agências, para ali mesmo “realizar agendamento” (algumas vezes tendo o cliente que voltar em outro dia), mas, na maioria dos casos, sendo solenemente ignorada a Norma que tem como objetivo evitar exposição e aglomeração”, denuncia a Federação,
Quando à limitação de 50% dos trabalhadores nas agências, a Fetrafi/RS afirma que “alguns bancos estão realizando peripécias no sentido de burlar o que diz o Decreto, desde incluir, no cálculo dos 50%, pessoas que estão com contratos de trabalho suspenso até ignorar a presença de trabalhadores terceirizados”.
Diante desse cenário, os bancários pedem ao governo que limitem o atendimento presencial nas agências apenas a casos considerados essenciais, como o pagamento de aposentadorias, de salários e de programa social de renda. “A sugestão da Fetrafi/RS é que seja editado decreto mantendo em funcionamento as instituições financeiras unicamente para o atendimento desses serviços emergenciais, com obrigatoriedade de ampla informação à sociedade que tais atendimentos serão realizados apenas por meio de agendamento prévio”, finaliza o ofício entregue a Eduardo Leite.
Leia na íntegra o ofício enviado pela deputada Luciana Genro ao governador do estado:
“Ofício n.º 44/2021-BAN
Objeto: Medidas para o funcionamento das instituições financeiras no Estado.
Exmo. Sr. Governador do Estado, Eduardo Leite:
O Decreto Estadual nº 55.766 estipula que os bancos devem limitar o atendimento presencial a quem tiver feito agendamento prévio. No entanto, a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul – Fetrafi/RS denuncia que essa diretriz estaria sendo burlada pelas instituições financeiras, pois não estariam divulgando à população que somente atendimentos previamente agendados estão sendo realizados, gerando aglomeração em frente às agências e colocando em risco os trabalhadores e usuários dos serviços.
A partir disso, a Fetrafi/RS encaminhou o ofício anexo, sugerindo que seja alterado o decreto supracitado, de modo que se mantenham em funcionamento as instituições financeiras unicamente para o atendimento de serviços emergenciais (pagamento de aposentados(as), de salários e de programa social de renda).
Considerando os fatos narrados, bem como o momento gravíssimo de colapso que estamos presenciando, reforçamos a solicitação, e PEDIMOS à V. Exa. que avalie, com urgência, a possibilidade de editar o Decreto, para que as instituições mantenham o funcionamento exclusivamente para pagamento de aposentados(as), de salários e de programa social de renda.
Saudações cordiais,
Luciana Genro
Deputada Estadual”