A situação da ocupação Mulheres Mirabal foi tratada em reunião da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (08/05). Por solicitação da deputada Luciana Genro (PSOL), as coordenadoras Nana Sanches e Priscila Voigt expuseram os problemas que o grupo enfrenta e solicitaram apoio dos parlamentares.
A situação mais grave envolve a ameaça de serem expulsas do local onde atuam, no prédio da antiga Escola Estadual Benjamin Constant, por conta de uma ação de reintegração de posse movida pela prefeitura de Porto Alegre. A Comissão de Direitos Humanos encaminhou a realização de uma audiência pública sobre o tema. “Precisamos reunir todos os entes envolvidos e o Parlamento para possamos manter nosso serviço”, disse Priscila Voigt.
A ocupação realiza um trabalho de acolhimento de mulheres vítimas de violência, disponibilizando hospedagem solidária e serviços de atendimento jurídico e psicológico. Em setembro do ano passado o coletivo foi despejado do local onde atuava, na Rua Duque de Caxias, e passou a funcionar na Escola Estadual Benjamin Constant, na Zona Norte de Porto Alegre, após acordo firmado junto à prefeitura e ao governo do Estado.
Contudo, a prefeitura está solicitando a reintegração de posse do imóvel, que foi cedido ao município pelo Estado para que abrigasse a Casa de Referência Mulheres Mirabal. “Fazemos um apelo para que o nossos serviços sigam existindo. Estamos há três anos realizando este trabalho, já acolhemos mais de 300 mulheres”, disse Nana Sanches.
A deputada Luciana Genro vem acompanhando a situação. No dia 26 de abril ela intermediou uma reunião das coordenadoras da Mirabal com a secretária estadual de Planejamento, Leany Lemos, que comprometeu-se a estudar o caso e dar uma resposta sobre os termos firmados entre governo do Estado e prefeitura.