Em 2018, 117 mulheres foram vítimas de feminicídio no Rio Grande do Sul, uma alta de 41% comparada a 2017, quando 83 mulheres foram assassinadas por motivação de gênero no Estado. O número é o mais alto desde 2012, quando começaram os levantamentos especificados.
O desmonte e a falta de investimentos nas políticas de segurança pública para mulheres foi uma marca do governo Sartori, que extinguiu a Secretaria de Políticas para as Mulheres transformando-a em um departamento e só aderiu a um protocolo latinoamericano de investigação de feminicídios no último mês de governo, apesar de meio ano de solicitações da ONG Minha Porto Alegre.
O Estado deve garantir a proteção das mulheres e cumprir o que determina a Lei Maria da Penha, sancionada em 2006 para coibir a violência doméstica e familiar. Esperamos que a posse da delegada Nadine Anflor na chefia da Polícia Civil, a primeira mulher a ocupar o cargo em 177 anos, se reflita em políticas preventivas aos feminicídios, no combate aos crimes contra as mulheres e na efetiva implantação da delegacia que pretende oferecer atendimento a vítimas de intolerância, incluindo mulheres, idosos, crianças e adolescentes.
Paralelo à cobrança da garantia das políticas públicas, o trabalho da Emancipa Mulher, a escola feminista e antirracista criada há dois anos pela deputada estadual eleita Luciana Genro, seguirá fortalecido como uma ferramenta de empoderamento feminino e de combate ao machismo, ao racismo e à violência contra a mulher, promovendo cursos, encontros e debates no RS.