A construção coletiva do programa de governo do PSOL na área de educação teve novo andamento na noite de sexta-feira (20). Cerca de 40 educadores, profissionais da educação e estudantes estiveram na sede da ONG Emancipa, em Porto Alegre, para fazer a sua contribuição.
Promovida pelo MOVER Educação – grupo sindical que reúne educadores das esferas estadual, municipal, privada e educação popular no Rio Grande do Sul – a atividade “A Educação tem Alternativa” contou com a presença do pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul pelo PSOL, Roberto Robaina, e da pré-candidata a vice-governadora, Camila Goulart.
Na roda de conversa, Robaina e Camila puderam ouvir da própria comunidade escolar dados sobre a situação da educação no Estado e no país, relatos do dia a dia nas escolas, além das sugestões para o programa que será apresentado à população durante a campanha eleitoral.
Caos e desvalorização atual
A precariedade da situação escolar permeou todas as falas no encontro. A falta de condições estruturais nas escolas, a desvalorização das professoras e professores, das funcionárias e funcionários de escola, e a tentativa continuada de impedir o debate para uma educação pela diversidade e contra preconceitos nas instituições de ensino foram denunciadas.
Os profissionais presentes no encontro deixaram ainda contribuições sobre aspectos como o financiamento do ensino, pagamento do piso nacional da categoria, contratação de servidores, política de reajuste salarial, gestão democrática da educação, regulamentação dos conselhos escolares, melhorias dos contratos emergenciais, formação de professores, educação em turno integral e uso de práticas como o rap e a capoeira para atrair a atenção da juventude.
Pagamento em dia
A recuperação das condições mínimas de humanidade na educação, com o pagamento em dia dos salários, será a primeira ação em um governo do PSOL. A ênfase foi dada por Roberto Robaina após a manifestação dos participantes. Para garantir uma perspectiva de valorização dos servidores, o tema do financiamento será bastante debatido durante a campanha.
“Não existe financiamento sem inversão das prioridades. É preciso rever as renúncias fiscais do Estado, os benefícios dados sem critérios e combater a sonegação. A Lei Kandir é uma prova de que a política sempre esteve dominada pelas grandes empresas. Hoje a União deve R$ 50 bilhões ao Rio Grande do Sul. E quem deixou de pagar imposto com a Lei Kandir? Foram as multinacionais. Por isso o debate contra os privilégios das grandes corporações capitalistas é necessário. Só assim o Estado terá recursos para financiar a Educação”, destacou Robaina.
Robaina e Camila ressaltaram ainda a luta do PSOL para ter a escola como um espaço central nas comunidades, um espaço de resistência, de organização popular, sintonizada com os problemas da juventude e aberto ao debate.
A posição contra o fechamento de escolas estaduais e de apoio à Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), sucateada pelos últimos governos, também constará no plano de governo do PSOL para a campanha ao governo do Estado.