Matéria originalmente publicada no jornal Folha do Sul em 27/06/2018.
Antes do painel Feminismo em Debate do qual participou à noite, a ex-deputada federal Luciana Genro (Psol) visitou a redação do jornal Folha do Sul. Acompanhada das outras duas debatedoras do evento, Joanna Burigo e Carla Zanella, ela falou sobre o Emancipa Mulher – escola de formação feminista e antirracista que nasceu em Porto Alegre e agora está sendo expandido para o interior do Rio Grande do Sul.
Quando ficou sem mandato em 2011, Luciana encabeçou a fundação do Emancipa Mulher: Escola de Emancipação Feminista e Resistência Antirrascista. O projeto trabalha com jovens da periferia, oferecendo cursos preparatórios para o vestibular e Exame Nacional de Ensino Médio (Enem).
Com ampla experiência na luta feminista, Joanna fez parte da equipe que implantou a escola na capital gaúcha.
Em Porto Alegre, a ex-deputada conta com apoios para manter os professores que atuam no projeto de educação. No interior do Estado, os professores são voluntários.
O objetivo é expandir essa concepção de educação popular, feminista e antirracista. Quando solicitadas, as representantes do Emancipa Mulher participam de debates como o de ontem em Bagé. A ex-deputada frisa que existe demanda para esse tipo de debate e percebe o interesse de jovens no tema.
Painel de ontem, na Biblioteca Pública, foi uma parceria da Emancipa Mulher com o Emancipa Bagé. Joanna é fundadora da Casa da Mãe Joanna, experimento feminista de educação e comunicação sobre gênero. Cofundadora do Guerreiras Project e Gender Hub, vem se dedicando a empreendimentos feministas desde que completou seu mestrado em Gênero, Mídia e Cultura pela London School of Economics.
Carla é cientista social e graduanda em Direito. Militante anticapitalista, feminista e antirracista. Ativista do Coletivo Juntas e Juntos Negras e Negros.
Eleição
Embora o foco da visita a Bagé tenha sido o feminismo, Luciana Genro também respondeu perguntas sobre política partidária. Ela informou que vai concorrer à deputada estadual. A meta do Psol é aumentar o número de cadeiras no parlamento gaúcho. Além disso, segundo Luciana, o partido tem uma nominata forte para federal.
No caso de conseguir uma das vagas na Assembleia Legislativa, Luciana, que já concorreu à presidência da República, quer conciliar a política partidária com a luta em benefício do feminismo e o antirracismo e para isso quer percorrer o Estado. “Quero cuidar do meu jardim”, disse numa referência de que agora o seu foco político é o Rio Grande do Sul.