Até para quem chegou a acreditar na conversa mole do governo Temer fica cada vez mais clara a farsa por trás da promessa de que a reforma trabalhista ajudaria a resolver o problema do desemprego no Brasil. Os números que desmascaram a mentira são do próprio governo, pois na quinta-feira (17) o IBGE divulgou que voltou a crescer o número de desempregados, de desalentados (aqueles que desistiram de procurar trabalho porque já não acreditam que terão novas oportunidades) e de trabalhadores subutilizados.
Segundo o IBGE, o Brasil encerrou o primeiro trimestre com uma taxa de desemprego de 13,1%, contra 11,8% no fim de dezembro do ano passado. São 13,7 milhões de pessoas sem trabalho, ou quase 1,4 milhão a mais do que em dezembro. Já o número de trabalhadores ocupados caiu de 92,1 milhões para 90,6 milhões (1,5 milhão a menos) e o de empregados em empresas privadas com carteira assinada diminuiu de 33,3 milhões para 32,9 milhões (408 mil a menos).
O índice de desemprego até caiu um pouco diante dos 13,7% do primeiro trimestre de 2017, mas isto não quer dizer que a situação melhorou. Pelo contrário. A queda só aconteceu porque 4,6 milhões de pessoas desistiram de procurar emprego entre janeiro e março deste ano, o maior número desde que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) começou a ser feita pelo IBGE, em 2012.
A taxa de desocupação é ainda maior entre a população negra (16%) e as mulheres (15%), e quando se somam os desempregados, os desalentados e os que gostariam de trabalhar por períodos maiores, o número de trabalhadores brasileiros “subutilizados” no primeiro trimestre deste ano também bateu o recorde de 27,7 milhões de pessoas, ou 1,2 milhão a mais do que em dezembro. Ao invés de estimular o emprego, o que a reforma fez foi facilitar as demissões e precarizar o trabalho.
Os militantes e parlamentares do PSOL lutaram muito para que a reforma trabalhista não fosse aprovada. Sabíamos que o presidente ilegítimo Michel Temer e esse congresso, que em sua maioria defende os interesses das famílias mais ricas do Brasil, queriam aprovar essa (contra)reforma para diminuir ainda mais os direitos do trabalhadores.
Vencemos a luta contra a reforma da previdência, mas perdemos a luta contra a reforma trabalhista. O importante é que precisamos seguir unidos para barrar todos os outros ataques que possam vir!
Seguimos na luta!