Por Luciana Genro
Darlene Pires era uma mulher negra. Darlene Pires era mãe de quatro filhos. Darlene Pires era uma trabalhadora doméstica. Darlene Pires morava na zona rural de Bagé. Eu não conhecia Darlene Pires. Vocês provavelmente também não. Ela foi brutalmente assassinada por seu marido no dia 8 de abril. Um crime de feminicídio que chocou os moradores de Bagé e motivou a realização de uma caminhada por justiça para Darlene neste domingo, 15 de abril.
O marido de Darlene está preso e confessou o crime, revelando à polícia onde enterrou o corpo. Rodrigo Garcia atingiu Darlene na cabeça com três golpes de capacete, após uma discussão por causa de uma motocicleta. Crimes de ódio são assim, muitas vezes ocorrem por motivos banais. Porque para os feminicidas a vida de uma mulher não vale nada.
Mas Darlene seguirá viva na luta das mulheres. Na mobilização de suas amigas e familiares. E daquelas que não a conheciam, como eu e tantas outras. As mulheres de Bagé criaram o movimento Sorria, Darlene. Uma iniciativa fundamental na cobrança por justiça. O feminicida está preso, mas a luta não é apenas por Darlene. É por todas as mulheres.
Foi para fortalecer as mulheres na luta contra o machismo que criei a Emancipa Mulher, uma escola de formação feminista e resistência antirracista que oferece cursos gratuitos no Rio Grande do Sul. Contem com o nosso apoio no que precisarem!