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| Trabalho

Municipários lotaram Nossa Casa para contribuir com sugestões | Foto: Alvaro Andrade/PSOL

O desmonte dos serviços públicos em Porto Alegre e sua relação direta com o abandono da cidade foram evidenciados por dezenas de representantes de diversas categorias dos municipários em reunião com o candidato a vice-prefeito, Pedro Ruas e a vereadora Fernanda Melchionna (PSOL). O encontro serviu para que os servidores da prefeitura apresentassem sugestões ao plano de governo da candidatura de Luciana Genro, do PSOL.

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“Os municipários têm comido o pão que o diabo amassou nos últimos governos”. Essa foi a primeira definição dita pelo trabalhador da Saúde, Joáo Ezequiel. Ele abriu o encontro elencando os problemas enfrentados com o sucateamento do serviço público na Capital. “Falta de servidores, o ambiente de trabalho está deteriorado, não temos estrutura mínima e os colegas estão desmotivados pela falta de isonomia salarial, as reposições parceladas inauguradas pelo Fortunati e o assedio moral”, resumiu. Ezequiel ainda lembrou as perdas sofridas, como o fim da jornada de 30h para servidores da saúde, a falta de plano de carreira e ainda o fim da bimestralidade mas reposições inflacionárias, que evitava a perda do poder aquisitivo.

A diretora do Sindicato dos Municipários (SIMPA), Carmen Padilha, relacionou o IMG_4058abandono da cidade com a falta de uma política de valorização do serviço público por Fortunati e Melo. “Nunca a nossa cidade esteve numa situação tao ruim, tão abandonada, tão feia. Todo setor de obras e serviços está sucateado em função das terceirizações. O que está em curso  é a destruição do serviço publico”. Ela pediu que o PSOL combata as terceirzaçoes, porque é através delas que ocorrem os principais casos de corrupção e negligência.

Já Debora Xavier, do coletivo Mais, criticou a política de gratificações concedidas aos servidores da Fazenda para incentivar o aumento da arrecadação. “Isso divide a categoria. Chegamos a ouvir que um auditor merece ganhar mais que um professor. Precisamos um plano de carreira que não retire direitos e valorize o servidor”. A enfermeira Anelise Braier demandou atenção ao setor de Vigilância Sanitária e sua importância para a cidade. “Não sabemos que água estamos bebendo e que banho estamos tomando em Porto Alegre. A Vigilância teve papel fundamental de subsidiar o Ministério Público, que foi quem realmente agiu contra a Cetralliq e suspendeu o lançamento de efluentes.”

Ainda na área da saúde, Everaldo Nunes pediu a recomposição dos quadros no Hospital de Pronto Socorro. Segundo ele, faltam cerca de 240 servidores, entre médicos, enfermeiros e nível médio, enquanto a terceirização tomou conta e está na limpeza, manutenção, higienização e equipe de material. “O governo está fazendo caixa as custas dos servidores e da população”.

IMG_4059Servidores do DMAE alertaram para a necessidade do conselho da Previmpa retomar a prerrogativa de indicar os diretores do Instituto Municipal de Previdência, enquanto servidores da Guarda Municipal saudaram a proposta de Luciana e Ruas de fortalecer o órgão. Já na Secretaria de Defesa dos Direitos dos Animais a solicitação foi pela nomeação de veterinários aprovados em concurso em substituição aos CC`s que foram nomeados para a função.

Outras demandas foram a implantação de uma política que contemple aposentados, tanto na saúde e acessibilidade, como na paridade dos vencimentos com servidores municipais ativos. Para os Centros de Atendimento Psicossocial (CAPs), o pleito foi a nomeação de mais servidores e a descentralização do serviço para facilitar e humanizar o acesso. Na Educação, servidores demandaram a criação de novas escolas infantis para reduzir o número de convênios com escolas particulares.

IMG_4060Para o candidato a vice, Pedro Ruas, o plano de carreira é um tema central e prioritário do governo do PSOL. “Só colocamos aqui o que pode e vai acontecer. É uma campanha séria, responsável, popular e não populista. O que dissermos agora é realidade em janeiro”, afirmou. Ele ainda afirmou que programa que precisa ser preenchido com as contribuições dos trabalhadores. “Todo orçamento é limitado, a crise existe. Mas todo orçamento passa por um viés ideológico e há momentos que precisamos escolher. É a hora das prioridades e dos compromissos. E nosso compromisso é com os trabalhadores”, disse.

Já a vereadora Fernanda Melchionna relembrou as lutas em defesa dos servidores que foram travadas pelo PSOL na Câmara de Vereadores. A mais recente vitória foi conquistada na quinta-feira (11/08), com a reversão do veto do prefeito ao projeto de autoria dela que garante a licença paternidade de 20 dias no serviço municipal. “Há temas que não dependem de recursos e prefeitura não leva adiante. Propostas de saúde e segurança no trabalho estão engavetadas, sem contar no descumprimento das promessas de plano de carreira”, criticou.

Municipários declararam apoio aos candidatos do PSOL

Municipários declararam apoio aos candidatos do PSOL | Foto: Alvaro Andrade/PSOL

Fernanda foi aplaudida quando reiterou o compromisso do PSOL em cortar 70% dos CC’s. “São cargos que eles usam para pagar a conta dessas coligações. É um absurdo que o primeiro projeto após a reeleição do Fortunati e do Melo tenha sido o de criar secretarias e mais 200 CC’s. Parece mentira, mas é o que tem acontecido: gente sem qualificação que é colocada lá pra atender a base alugada”, resumiu.