Por Redação #Equipe50
Porto Alegre possui um déficit habitacional de 50 mil moradias. Pelo menos 745 comunidades permanecem na irregularidade na Capital. Além disso, nos últimos oito anos, o governo entregou apenas 2 mil unidades do programa Minha Casa, Minha Vida.
Diante deste cenário, e com alugueis cada vez mais extorsivos sendo praticados por imobiliárias e proprietários, o povo se organiza para lutar por moradia digna e adequada. Foi a partir desta luta que surgiu o Conselho Regional de Moradia Popular (CRMP), que reúne dezenas de ocupações urbanas de Porto Alegre.
Na noite desta quinta-feira (03/03), o CRMP se reuniu com lideranças do PSOL para falar sobre a luta por moradia na cidade. A pré-candidata à prefeitura, Luciana Genro, o pré-candidato a vereador, Roberto Robaina e a vereadora Fernanda Melchionna estiveram presentes no encontro, que ocorreu na Ocupação Império, onde vivem 125 famílias, na Zona Norte.
Articulador do Conselho Regional de Moradia Popular, Juliano Fripp coordenou a reunião e apresentou as demandas de diversas comunidades. Estavam presentes representantes das ocupações Vida Nova, na Restinga, Campo Grande, Continental, São Luís e Marcos Klassmann. “Temos a obrigação de mostrar ao povo quem pode nos ajudar de fato”, disse Juliano.
Luciana Genro destacou a necessidade de se fortalecer a luta por moradia na cidade. “A mobilização, a partir do Conselho, é muito importante para que vocês obtenham vitórias, como obtiveram com a aprovação das AEIS”, disse, referindo-se à lei – de autoria do PSOL – aprovada na Câmara Municipal, que grava 14 ocupações urbanas como áreas especiais de interesse social no Plano Diretor municipal. Contudo, a prefeitura ingressou com uma ação na Justiça contra este direito. Para Luciana, um governo que esteja ao lado do povo deve retirar esta ação judicial tão logo assuma a prefeitura.
Roberto Robaina falou sobre o processo de construção do PSOL e criticou a prefeitura, que afirma não ter terras para moradia popular, mas aluga seus terrenos para desmanches ilegais de peças por R$ 294. “Precisamos de uma prefeitura que seja aliada do povo. A melhor forma de se conquistar isso é com mobilizações e com o povo na rua”, manifestou.
Para Fernanda Melchionna, e preciso “transformar a indignação em esperança” e lutar para que Porto Alegre tenha um governo que atenda às reivindicações dos movimentos sociais, ao invés de recorrer à Justiça contra as conquistas populares – como ocorreu com a revogação do aumento da passagem de ônibus, obtida graças a uma ação judicial do PSOL e à luta da juventude nas ruas.