Por Redação #Equipe50
A pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre, Luciana Genro, visitou na tarde desta terça-feira (02/03) as lideranças da Associação dos Moradores do Rubem Berta (Amorb). A reunião ocorreu na sede da entidade e contou com a presença de seu presidente, Cleusi Coelho, e do presidente do PSOL gaúcho, Israel Dutra, e de outras lideranças comunitárias do bairro.
Os principais problemas apresentados pela comunidade foram relacionados à saúde, à segurança pública e à má prestação de serviços públicos na região. A UBS do Rubem Berta, que possuía quatro médicos, agora está com apenas um profissional. Além disso, o posto não está mais distribuindo remédios, já que não possui farmacêutico responsável pelo estoque. Isso faz com que a população tenha que se deslocar – e pagar passagens de ônibus – até a farmácia distrital, que não fica próxima da comunidade.
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Na área da segurança, a população se queixou do fechamento do posto da Brigada Militar na região. A proposta da Amorb é a de que o local seja convertido em um novo posto de saúde para a comunidade. “A Brigada está se desmantelando no Rubem Berta. Se não querem mais um posto policial, que criem então um novo posto de saúde”, reivindicou Cleusi.
Outro problema grave enfrentado pela população do Rubem Berta é relacionado ao sistema deficiente de escoamento de esgoto no bairro. Em dias de chuvas intensas, é comum que o esgoto de muitos apartamentos retorne pelo vaso sanitário e pela pia das cozinhas, inundando residências e prédios. “O DMAE nos diz que não pode fazer nada, que a tubulação é muito antiga”, lamenta Cleusi Coelho. Luciana Genro qualificou esse problema como “um caso de calamidade pública”.
Os moradores também reclamaram que o DMAE tem cobrado valores extorsivos nas contas de água dos condomínios. Isso ocorre porque as medições não são feitas todos os meses. “Isso é resultado da terceirização deste serviço”, lembrou Luciana.
O rapper Tirica, que organiza o festival “Cohab É Só Rap”, disse que a cultura da periferia e os artistas envolvidos no rap não são ouvidos pela prefeitura e não possuem participação em nenhum mecanismo de decisão sobre destinação das verbas para a cultura.
Após ouvir os relatos da comunidade, Luciana Genro disse que as dificuldades vividas pelo povo só poderão ser superadas se houver “um novo ânimo de participação na cidade” a partir da mobilização popular. “Eu sei que a população que vive aqui passa por dramas muito grandes que outras partes da cidade não vivem. São situações inaceitáveis, que não poderiam acontecer. Meu compromisso é fazer com que esses problemas tenham visibilidade e lutar para resolvê-los”, garantiu.