Por Redação #Equipe50
A candidata do PSOL à Presidência da República, Luciana Genro, esteve neste sábado (13) no município de Santarém. Na principal cidade do oeste do Pará, a presidenciável participou de plenária de militantes do partido e de movimentos sociais, recebeu plataforma de reivindicações indígenas, gravou depoimento para os candidatos do partido na cidade e foi ao festival de Çairé, festa típica de Alter do Chão, a mais conhecida vila de Santarém. Luciana foi recebida em Santarém e dividiu a mesa da plenária com o candidato do PSOL ao Senado, Pedrinho Maia, e com os candidatos da região Márcio Pinto, candidato a deputado federal, e Felipe Bandeira, candidato a deputado estadual.A carta entregue a Luciana apresenta as pautas de 12 povos indígenas que vivem no oeste do Estado. “Somos povos, pessoas, seres humanos, que precisamos que a Presidência do nosso país seja ocupada por pessoas que possam mostrar-se sensíveis e comprometidas com a verdadeira população do Brasil, que tenham postura democrática, sábia e respeitosa com relação às diversidades culturais. Que olhem para as populações indígenas com respeito, e principalmente, tenha um plano de desenvolvimento onde sejam incluídos os povos indígenas com toda a sua diversidade”, diz o texto.
Na plenária, que também contou com intervenções de representantes sindicais, da juventude e do movimento LGBT, o líder indígena Poró Borari relatou a situação de abandono, em especial na área de saúde pública, em que se encontram os cerca de 7 mil índios que vivem na região. “O que nós reivindicamos é: demarcação das terras indígenas, saúde diferenciada e educação diferenciada. Esses são os eixos temáticos que nós reivindicamos”, disse Poró, que presenteou a candidata do PSOL com um cocar.
Em sua fala, Luciana lembrou que, para os interesses do grande capital, os povos indígenas são um obstáculo, e por isso os projetos de grandes hidrelétricas e a expansão dos negócios dos grandes grupos expulsam essas pessoas das suas terras e dizimam esses povos e culturas. Ela prometeu lutar para garantir os direitos dessas comunidades. “O capitalismo é um grande sucesso para um punhado de milionários, e é esse interesse que vamos contrariar para garantir a demarcação das terras indígenas, pois a Dilma foi a pior presidente desde a época da ditadura militar na questão da demarcação das terras dos índios”, disse a candidata, acrescentando que também fazem parte do seu programa outras pautas dos índios, como a saúde diferenciada e a educação.
Energia
Luciana Genro abordou a questão energética no Estado, onde as grandes hidrelétricas promovem a expulsão de populações inteiras das suas terras sem trazer benefícios para a população. “Enfrentamos os poderosos interesses que movem os projetos das hidrelétricas, que geram energia para os grandes empreendimentos, mas não para as comunidades. Hoje, aqui, o dono do hotel conversou comigo e disse: “Que bom que tu veio ver como funciona a nossa energia. Nós temos que ter um gerador próprio, porque a energia é cara e constantemente falha”. Essa é a realidade do Estado Pará, que é o maior gerador de energia do país e é também o Estado onde a energia é uma das mais caras e onde grande parte da população está excluída desse bem”, disse a candidata.
Lei Kandir
Luciana também propôs a revisão de legislação que prejudica a economia do Pará e de outros Estados exportadores. “Aqui, no Pará e na Amazônia, nós temos um grande enfrentamento com o agronegócio, que faz do Brasil um grande exportador de commodities, principalmente de soja, destruindo as nossas florestas, expulsando das suas terras os pequenos produtores e as comunidades indígenas, poluindo os nossos rios e as nossas florestas. Nem sequer impostos esses setores pagam. A Lei Kandir é um dos objetos do nosso questionamento, casualmente uma lei que afeta brutalmente vocês, aqui do Pará, e nós, lá na outra ponta do Brasil, no Rio Grande do Sul, justamente Estados exportadores”, disse a presidenciável.