O francoatirador
O advogado trabalhista e vereador de Porto Alegre Pedro Ruas é o candidato do P-Sol ao governo do Estado do Rio Grande do Sul. Nas pesquisas de opinião pública, Ruas tem sido o quarto mais bem colocado, atrás de Tarso Genro (PT), José Fogaça (PMDB) e Yeda Crusius (PSDB).
Ontem pela manhã, com o programa de governo debaixo do braço, o candidato do P-Sol deu uma entrevista para a Rádio Bandeirantes, afirmando que os eixos estruturantes de sua campanha ao Piratini são reduzir a dívida do Estado com a União e acabar com a corrupção.
Pedro Ruas tem consciência do papel de seu partido na próxima eleição de outubro: “Nosso partido tem propostas programáticas. O P-Sol é um grande partido com estrutura pequena. Lá não temos a cultura de fazer carreira na política. Nós nos sentimos herdeiros de todas as lutas dos trabalhadores e, por isso, somos a grande diferença nessa eleição”.
Ruas disse que o seu partido não admite alianças espúrias, “como fazem os outros”. Ele diz não entender os acordos feitos pelos partidos que visam, unicamente, a aumentar o tempo no horário político no rádio e na televisão.
Como se portasse uma metralhadora imaginária, Pedro Ruas dá tiro pra todo lado, “um francoatirador”, dizem seus adversários. Falou da corrupção no município, no Estado e no País, e adiantou que, se eleito, vai criar uma corregedoria e cortar os CCs em praticamente 50%, por serem indicados como contrapartida – espaço no governo – em razão de acordos inimagináveis.
‘‘Há organismos internacionais que afirmam que nos países ou estados onde há corrupção, 30% de verba orçamentária acaba perdida’’, garante.
Ruas considera a dívida do Estado ilegítima. ‘‘É um assalto permanente da União em relação ao Estado: “Segundo dados da Fundação de Economia e Estatística (FEE) e do Dieese, em 1990, a dívida era de R$ 4,8 bilhões. Em 2009, fechou em R$ 39 bilhões. E sempre sendo paga: quanto mais paga, mais cresce’’, observa.
O candidato do P-Sol ao governo do Estado foi e continua sendo um brizolista. Um outro ponto de seu programa de governo é a educação em turno integral, “que é do Brizola e nós incorporamos”.
E, finalizando a entrevista, Pedro Ruas tocou em um ponto nevrálgico de nossos tempos, a segurança: “Não é comprando viaturas que vamos acabar com a criminalidade. É preciso pagar bem o policial e o professor. O fundamental, como dizia Darcy Ribeiro, é dar emprego, saúde e educação. Com isso, teremos mais segurança”, ensinou.