CPI da Dívida Pública propõe divulgação de votos do Copom
Por 8 votos a 5, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Dívida Pública da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (11) seu relatório final. O texto não recomenda auditoria na dívida pública nem pede investigações adicionais pelo Ministério Público. Os parlamentares, no entanto, propõem a divulgação dos votos dos diretores do Banco Central (BC) que participam da reunião do Conselho de Política Monetária (Copom).
A cada 45 dias, o Copom reúne-se para definir a taxa básica de juros (Selic). O comitê divulga um comunicado com o placar das votações logo depois das reuniões. Além disso, uma ata do encontro com as perspectivas do Banco Central sobre o comportamento dos preços e da economia é publicada oito dias depois da reunião. Os votos individuais, no entanto, não são conhecidos.
A proposta, que virará projeto de lei, foi incluída no texto final da CPI pelo relator, deputado Pedro Novais (PMDB-MA). Ele defende não apenas a divulgação dos votos, mas as justificativas de cada diretor do BC. De acordo com o documento, a sugestão torna mais transparentes as decisões sobre as taxas de juros.
O parecer também apresenta propostas para que o Congresso Nacional interfira na administração da dívida pública ao condicionar o uso de recursos da emissão de títulos à autorização no Orçamento Geral da União. O texto pede, ainda, a adoção de novos limites de endividamento para prefeituras, governos estaduais e governo federal.
O P-Sol chegou a pedir voto em separado para incluir a realização de uma auditoria na dívida pública e o envio de informações colhidas pela CPI para que o Ministério Público investigue possíveis irregularidades na gestão da dívida.