Mulheres na política
O Dia Internacional da Mulher, transcorrido ontem, me levou a fazer uma reflexão sobre a influência da mulher na política brasileira atual. Cheguei à conclusão que a mulher é muito mais importante do que se imagina. Um exemplo disso é que ao cargo de presidente da República terá, entre os principais candidatos, duas mulheres com grande visibilidade nacional: Dilma Rousseff e Marina Silva. Isso é inédito! Mas, não fico por aí: o Brasil tem, hoje, mais eleitoras do que eleitores e, portanto, as eleições gerais deste ano deverão ser marcadas pela maior participação das mulheres nos resultados. Aqui no Rio Grande, já temos uma mulher governando: Yeda Crusius. Na Câmara Federal, temos Luciana Genro, Maria do Rosário e Manoela D’Ávila. Como deputadas estaduais, temos Stela Farias, Zilá Breitenbach, Silvana Covatti, Marisa Formulo e Leila Fetter. Em todo o Brasil, elas hoje são maioria do eleitorado. No entanto, estão sub-representadas em todos os cargos eletivos. O Brasil tem apenas três governadoras, dez senadoras, 45 deputadas federais, 106 deputadas estaduais, 505 prefeitas e 6.512 vereadoras. Isso vai mudar. A partir de outubro, os partidos são obrigados a “preencher” – e não apenas a “reservar” – 30% das candidaturas para as mulheres. Líderes dos partidos políticos – homens – costumam dizer que não conseguem completar as cotas porque as mulheres não têm ambição política. Isso pode não ser verdade. A maior participação das mulheres tem sido observada desde as eleições parlamentares de 1974, ainda à época do regime militar. Isso prova que elas sempre tiveram ambição e a repressão nunca impediu as mulheres de participar da ação política. O movimento Diretas Já contou com a presença maciça de mulheres que bradavam pela volta da democracia ao País. Também na política, sem mulher não há salvação. Ontem o presidente Lula anunciou a criação do Ministério da Mulher. Justo, muito justo, justíssimo!!!
Adão Oliveira, Jornal do Comércio, 9 de março de 2010