ROSANE DE OLIVEIRA
Mirante
Depois de quase quatro meses, a deputada Luciana Genro (PSOL) reassume o mandato na próxima semana. Luciana emendou um breve afastamento para tratamento de saúde com uma licença não-remunerada de três meses.
ARTIGO
As passeatas vão continuar, por Rodolfo Mohr*
O Diretório Central dos Estudantes da UFRGS voltou às páginas dos principais jornais. O resultado do seu pleito deste ano elegeu pela ínfima diferença de 35 votos a chapa com estudantes filiados ao PP, ao PSDB e ao PMDB. Várias personalidades e ilustres desconhecidos desfiaram inúmeras explicações.
O DCE da UFRGS, oriundo da Federação de Estudantes da UFRGS, perseguida e fechada pela ditadura militar em 1965, tem na sua história a defesa da educação superior pública, gratuita, de qualidade e com referência social. Nossa missão frente ao DCE foi a de corresponder a esta trajetória.
Iniciamos uma revolução democrática no movimento estudantil da UFRGS. A realização de três congressos de estudantes, em 2006, 2007 e 2009, trouxe importantes discussões à tona. Adoção das cotas no vestibular, um novo restaurante universitário, sanar a falta de professores, mudanças curriculares, rumos da pesquisa e da extensão, democracia nas eleições para reitor foram pautas que mobilizaram os discentes.
Estreitamos laços com os centros e diretórios acadêmicos, que mensalmente se reúnem, debatem e aprovam as pautas conduzidas pelo DCE, como a luta contra a corrupção. Seja no Piratini ou no Planalto. Em agosto de 2005, fomos às ruas contra o mensalão. Em 2009, pelo impeachment da governadora da mansão e dos pufes verdes.
Não negamos nossa história. Assim foi quando estivemos na defesa da criação do sistema de cotas na UFRGS. A necessidade de inclusão de estudantes de escolas públicas, negros e indígenas teve na UFRGS grandes enfrentamentos, à altura do status da instituição que completou 75 anos na última semana.
Sob a bandeira da despartidarização do movimento estudantil, esconderam suas faces. A imprensa auxiliou na elucidação de sua verdadeira identidade. O sentimento na UFRGS é de perplexidade. Os estudantes não desejavam votar no PP, no PMDB e no PSDB para dirigirem o DCE.
A gestão eleita, ao proclamar o “fim das passeatas”, comete o erro da precipitação e da falta de memória histórica. O DCE da UFRGS, que sobreviveu aos militares, aos infiltrados do Dops, ao AI-5 e se transformou em um espaço de pensamento livre dos preconceitos conservadores, certamente resistirá. Em breve, voltará a ser a entidade que esteve nas Diretas Já, no Fora Collor e no recente Fora Yeda. Nossa vontade e ânimo redobraram.
*Diretor do DCE da UFRGS