Presidente do Senado espera ajuda de Lula para não cair
Sarney ameaçou renunciar e abalar aliança com PT nas eleições de 2010
Para sobreviver na presidência do Senado, José Sarney (PMDB-AP) emparedou ontem o PT e tornou o Planalto sócio de sua crise. Diante da sugestão de afastamento do comando da Casa apresentada por senadores petistas, Sarney ameaçou renunciar ao cargo, o que desencadearia um processo sucessório fratricida na Casa e abalaria a aliança PT-PMDB em 2010. Sarney avisou que só decide sobre sua permanência ou não no cargo depois de uma conversa reservada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A cúpula do PMDB no Senado insiste em manter Sarney na cadeira de presidente, com a alegação de que ele tem o apoio do governo. A sustentação política no Senado, entretanto, míngua a cada dia. Depois de ser abandonado pelo Dem e pelo PDT, de virar alvo de uma representação do PSol no Conselho de Ética e de um pedido de afastamento do PSDB, Sarney ouviu do PT sugestão para que se licenciasse, retirada no final do dia a pedido do Planalto.
Como Lula, os petistas do Senado estão de olho no PMDB para ajudar a eleger a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e garantir a governabilidade. ‘Não foi fácil construir a aliança com o PMDB’, ponderou o líder petista Aloizio Mercadante.
Magda concorda em vir ao Estado
A viúva do ex-representante do governo do Estado em Brasília, Magda Koenigkan, anunciou ontem que deverá vir ao Estado na próxima semana. A confirmação da empresária veio por e-mail para a Assembleia e reafirmada por ligação telefônica, à tarde, entre o deputado Paulo Azeredo (PDT) e o ex-ouvidor do Estado, Adão Paiani, que está em Brasília. A vinda de Magda deve ocorrer na próxima terça-feira. ‘Magda assumiu compromisso de prestar esclarecimentos na Assembleia’, informa Azeredo, sem precisar se ela trará documentos. A viúva avisou que não quer envolver-se na política do Estado, mas reiterou a disposição de ‘esclarecer os fatos’.
Paiani também promete trazer de Brasília novas revelações. Ele diz ter um dossiê com pelo menos 600 páginas comprovando desvios de recursos nas licitações das barragens Jaguari e Taquarembó. Paiani avisou também que vai cobrar respostas sobre a sindicância envolvendo a assessora da governadora, Walna Villarins Meneses. Diz que fará vigília na Secretaria da Transparência, de onde só sai com cópia integral do relatório da sindicância.