Presidente do Senado será acusado de quebra de decoro
PSDB e PSol protocolarão representações no Conselho de Ética contra Sarney
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), será alvo de duas representações por quebra de decoro parlamentar nesta semana. As ações pedirão ao Conselho de Ética que investigue a responsabilidade de Sarney na edição de atos secretos e a participação de seu neto José Adriano Cordeiro Sarney na intermediação de empréstimos com desconto na folha de pagamento dos servidores do Senado. A primeira será apresentada hoje pelo líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), a segunda, do PSol, será formalizada na quarta ou na quinta-feira.
Embora Virgílio seja o líder tucano no Senado, ele explicou que a iniciativa é pessoal. O PSDB ainda não tem posição oficial sobre Sarney. Politicamente as duas representações têm peso, pois pedem que o presidente da Casa seja investigado, mas o futuro delas é incerto. O Senado não tem Conselho de Ética formalizado, pois o mandato dos antigos conselheiros terminou em maio. Os novos ainda não puderam tomar posse porque PMDB e PSDB não indicaram seus seis titulares e igual número de suplentes. Além disso, a representação tem de ser acatada pela mesa diretora, e quem a dirige é justamente José Sarney, o alvo.
O PT começa hoje uma série de conversas – que envolve também o Palácio do Planalto – para decidir como se comportar. A tendência é que fique ao lado de Sarney, porque um pedido de afastamento do senador teria grandes implicações no futuro da aliança que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende formar em torno da candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à presidência no ano que vem. O PMDB de Sarney é justamente o partido mais cobiçado por Lula.