Procuradoria analisa denúncias contra o Piratini
MPF não revela, no entanto, o conteúdo e a origem dos documentos examinados
O Ministério Público Federal em Brasília confirmou ontem que o procurador-geral da República, Antônio Fernando Barros e Silva de Souza, recebeu documentos referentes ao governo do Estado e que ele, pessoalmente, está analisando o caso. Souza não quis falar com a imprensa, nem revelar o conteúdo e nem a origem dos documentos. ‘Como envolvem pessoas com foro privilegiado, ele não pode fazer alusão ao conteúdo dos documentos’, explicou a sua assessoria.
O procurador informou, também por meio de sua assessoria, que não consta do rol de documentos qualquer referência sobre a compra da casa da governadora Yeda Crusius, assunto que continua causando polêmica no Estado. O procurador do Ministério Público Eleitoral do RS, Vitor Hugo Cunha, confirmou, no entanto, que vai enviar o material referente à casa para Brasília, porque os dois expedientes existentes sobre a questão são contraditórios. A assessoria de Souza disse não há prazo para o término da análise dos documentos.
PSol leva novos dados ao TCE sobre compra da casa
Dirigentes do PSol entregaram ontem petição contendo novas informações sobre a transação de compra e venda da casa da governadora Yeda Crusius ao procurador-geral do Ministério Público de Contas, Geraldo da Camino. Conforme o vereador Pedro Ruas, transações anteriores, feitas pelo corretor Eduardo Laranja, comprovariam que o valor de compra declarado por Yeda, de R$ 750 mil, é quase metade do preço que valeria a residência. A casa, segundo os dados, chegou a ser vendida por R$ 1,4 milhão em 2005. Da Camino determinou novas diligências. Segundo ele, não há prazo para recurso sobre o mérito do arquivamento da representação da compra da casa, apresentada pelo PSol.
Caso Cavalcante: pedido novo laudo
A viúva de Marcelo Cavalcante, ex-representante do governo do Estado em Brasília, Magda Koenigkan, disse ontem ter recebido informações de que o Ministério Público Federal em Brasília teria acolhido pedido para realização de exumação no cadáver de Cavalcante. O procurador, Marcelo Leite Borges, teria dito que o laudo existente é muito resumido e não tem a causa da morte.
Magda afirma também que o MPF teria confirmado a autenticidade de documentos entregues por ela aos procuradores. De acordo com a viúva de Cavalcante, as impressões digitais nos documentos entregues por ela ao MPF são do ex-assessor. Um dos documentos seria o rascunho do depoimento que Cavalcante daria à Justiça e ao MPF.
Magda decide na próxima semana se vem a Porto Alegre. Ela recebeu convite da Assembleia Legislativa para prestar esclarecimentos de fatos que diz conhecer e que seriam importantes para as investigações tanto de irregularidades envolvendo o caixa de campanha da governadora Yeda Crusius, em 2006, quanto sobre a morte do ex-assessor do governo do Estado em Brasília.