Luciana apresenta defesa contra pedido de cassação
Provas estão no MPF, diz deputada
Em resposta a uma representação aberta contra ela por ter levantado suspeitas de prática de caixa dois e do envolvimento da governadora Yeda Crusius no escândalo do Detran, a deputada federal Luciana Genro (PSOL) apresentou ontem sua defesa ao corregedor da Câmara, Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA).
Luciana afirma que agiu dentro das atribuições de seu cargo parlamentar ao fazer as denúncias, no último dia 19.
– Não tive interferência no processo. Tive acesso às denúncias e as tornamos públicas depois da morte misteriosa de Marcelo Cavalcante (ex-chefe do escritório do Rio Grande do Sul em Brasília) – afirmou.
Para ela, as circunstâncias da morte de Cavalcante são “obscuras”, já que ele daria depoimento no Ministério Público Federal, e teria negociado a delação premiada.
– Luciana denunciou o crime de corrupção contra a administração pública. Ela cumpriu sua obrigação com disciplina e responsabilidade como parlamentar que deve, entre outras coisas, fiscalizar os atos do Executivo – afirmou a presidente do PSOL, Heloísa Helena, em defesa da deputada.
No documento, Luciana contesta a afirmação do deputado do PSDB de que ela deve ser cassada independentemente da existência de provas de suas acusações, e recomenda que a corregedoria solicite essas provas ao Ministério Público Federal (MPF).
Para Luciana, o fato de a própria governadora não ter pedido a quebra do sigilo do processo indica que as denúncias feitas por ela são verdadeiras.