Semana de mistério
Ex-representante do Estado em Brasília, Marcelo Cavalcante teria sido visto por familiares pela última vez na sexta-feira, dia 13, quando teria discutido com a mulher, a empresária Magda Koenigkan. No final de semana seguinte, teria se encontrado com amigos em bares de Brasília e telefonado para a mulher se despedindo. Também teria enviado mensagem de celular a uma filha, com teor semelhante, em tom de despedida. O carro dele, um Toyota Corolla, foi encontrado junto à Ponte Juscelino Kubitschek na manhã do dia 16, segunda-feira. Depois disso, a família registrou o sumiço na polícia.
O corpo de Cavalcante foi encontrado no Lago Paranoá, no começo da manhã de terça-feira. A morte foi ganhando contornos de mistério a partir da informação de que Cavalcante prestaria um depoimento nos próximos dias e que poderia estar negociando delação premiada para revelar informações sobre irregularidades na campanha e no governo Yeda Crusius.
Na quinta-feira, o PSOL sustentou que Cavalcante iria depor. Ele seria, segundo a deputada federal Luciana Genro, testemunha num procedimento decorrente da Operação Rodin. A deputada listou nove de um conjunto de 28 denúncias que comporiam o acordo de delação premiada do lobista Lair Ferst. Ele teria, segundo ela, feito o acordo e entregue vídeos e áudios que comprovariam irregularidades na campanha e no governo de Yeda Crusius. Cavalcante apareceria em algumas das cenas e, por isso, teria se tornado testemunha.