Interpelação judicial do PSol pode não ter efeitos práticos
Advogado de Aod Cunha admite que explicações podem satisfazer ex-secretário
A interpelação judicial feita pelo ex-secretário da Fazenda Aod Cunha contra o PSol, a deputada federal Luciana Genro e o vereador Pedro Ruas – sobre as denúncias feitas por eles na quinta-feira – pode dar em nada, admite o advogado de Aod, Gabriel Magadan. ‘Aod pode se dar por satisfeito com as explicações, decidir por uma medida cível ou uma ação criminal’, disse Magadan.
As denúncias de existência de caixa dois na campanha da governadora Yeda Crusius e corrupção envolvem, além do ex-secretário, integrantes e ex-integrantes do governo. Luciana disse ontem que a interpelação serve apenas para que confirme na Justiça o que já disse de público. ‘Vamos confirmar que as provas estão com o Ministério Público Federal, mas, para que possamos alegar exceção da verdade e pedirmos que a Justiça solicite as provas ao MPF, é preciso haver uma ação’, declarou.
Ela admitiu, contudo, que mesmo que a Justiça faça a solicitação, é possível que as provas continuem sob segredo. ‘O que eu gostaria mesmo é que o segredo de Justiça acabasse, porque a ação tem todo um trâmite que pode demorar.’
Magadan lembrou que, após serem intimados, o que deve ocorrer entre esta semana e a próxima, Luciana, Ruas e a direção do PSol terão cinco dias para se manifestarem. Depois, avaliará as medidas cabíveis. ‘Se indicarem de onde provêm as provas, se é um inquérito ou um processo judicial, onde está, nós mesmos poderemos solicitá-las.’
TALINE OPPITZ
Caso PSol seguirá em pauta
As denúncias do PSol contra integrantes e ex-integrantes do governo Yeda Crusius ficarão de lado durante o feriado de Carnaval. E só. A partir de quinta-feira, o tema voltará à pauta – ainda de leve – para retornar com todo o gás na segunda-feira. A deputada federal Luciana Genro e o vereador Pedro Ruas aguardam comunicação para esclarecimentos à Justiça devido à interpelação do ex-secretário da Fazenda Aod Cunha (único dos acusados sem provas que até agora buscou a reparação na Justiça). Depois de serem notificados, Luciana e Ruas terão cinco dias para prestarem esclarecimentos. Então, o advogado Gabriel Magadan e o próprio Aod definirão se estão satisfeitos ou se ingressarão com ação judicial contra os parlamentares. A queda-de-braço judicial não deixará o assunto esfriar, mas o PT garantirá ainda uma ‘forcinha’. Nos próximos dias, a bancada do partido solicitará à mesa diretora da Casa que sejam apresentados esclarecimentos do Ministério Público Federal sobre investigações, que, segundo o PSol, estariam ocorrendo por lá.