Por Redação #Equipe50
Os estudantes da rede pública estadual de São Paulo estão em luta contra a chamada “reorganização” do ensino proposta pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). O anúncio deste programa foi feito no final de outubro e desde então os professores e alunos estão mobilizados contra este retrocesso.
Atualmente, já são cerca de 40 escolas ocupadas pelos estudantes no Estado de São Paulo. Uma das mais emblemáticas é a Fernão Dias Paes, em Pinheiros, na capital, pois foi uma das primeiras a serem ocupadas.
O que o governador Geraldo Alckmin deseja é dividir uma parte das escolas por ciclos únicos. Ou seja, fazer com que as escolas sejam apenas de anos iniciais e finais do Ensino Fundamental e de Ensino Médio. Pelos cálculos do governo, isso resultaria no fechamento de 92 escolas e no remanejo de 300 mil alunos – sendo que a rede estadual possui 5.147 estabelecimentos e 3,8 milhões de estudantes. Com isso, se estima que 754 escolas terão este modelo de ciclo único.
O objetivo deste projeto é claro: o corte de gastos na Educação. O próprio Sindicato dos Professores de São Paulo (APEOESP) denuncia o caráter neoliberal da reorganização. “Esta verdadeira bagunça visa tão somente o corte de gastos, a racionalização administrativa e financeira, o enxugamento da máquina do Estado, enfim, a aplicação do receituário neoliberal do Estado mínimo, concepção sempre implementada pelo PSDB aos serviços públicos”, diz a entidade.
O movimento Juntos! está ao lado dos estudantes de São Paulo e reforça o chamado por ocupações nacionais em escolas a partir desta quinta-feira (19/11). “No dia 19/11, ocupe sua escola! Estabeleça uma lista de reivindicações que devem ser ouvidas pela sua diretoria e governo. Mostre sua solidariedade aos estudantes de SP. Divulgue as iniciativas nas redes sociais. Construa você mesmo o poder dos estudantes dentro do lugar em que estuda”, conclama o coletivo.
O número de escolas ocupadas em São Paulo só aumenta e o governo já começa a sofrer derrotas. Uma delas ocorreu em Santos, onde a Justiça já determinou que a escola Braz Cubas não poderá ser fechada, pois é uma referência no atendimento a crianças com deficiência.