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Presidenciável do PSOL põe Marina na parede ao questionar política econômica e recuo sobre direitos LGBT

Por Redação #Equipe50

Junior Lago/UOL

Junior Lago/UOL

No debate promovido na tarde desta segunda-feira (1º) pelo SBT, pela rádio Jovem Pan, pelo portal UOL e pelo jornal Folha de S. Paulo, a candidata do PSOL à Presidência da República, Luciana Genro, teve a oportunidade de pressionar a presidenciável do PSB, Marina Silva. Num primeiro momento, Luciana questionou a política econômica defendida por Marina em seu programa de governo, o qual considera “a mesma receita aplicada pelos tucanos”, e lançou: “Marina, tu és a segunda via do PSDB?”. A candidata do PSB voltou a dizer que vai manter as conquistas da política econômica do governo do Fernando Henrique e as conquistas da política social do ex-presidente Lula. Não satisfeita, Luciana retrucou: “Não dá, Marina, tem que se escolher lado, ou se está do lado do capital ou dos trabalhadores, ou do lado dos bancos ou do povo endividado. Na verdade não dá para fazer uma nova política cedendo aos interesses dos banqueiros, propondo autonomia do Banco Central, cedendo aos usineiros, propondo aumento de gasolina, cedendo aos setores mais reacionários da política.”

A candidata do PSOL ainda aproveitou para cobrar Marina sobre o recuo nas questões LGBT. No último sábado (30), com a justificativa de que houve erro na impressão de seu programa de governo, Marina retirou trechos sobre a aprovação da lei da identidade de gênero, da proposta que regulamenta o casamento homossexual e da que criminaliza a homofobia, assim como a distribuição de material didático sobre a diversidade sexual e as novas formas de família. “Não durou 24 horas, Marina, e quatro tuítes do Malafaia, teu compromisso de combate à homofobia nas escolas. Não é possível. Os Direitos Humanos e sociais não podem ser restringidos. É preciso defender todos os que precisam de mais direitos”, disse Luciana. Marina fugiu da pergunta e se restringiu a dizer que defende as liberalidades individuais e quer combater toda e qualquer forma de discriminação a quem quer que seja.

As principais intervenções de Luciana Genro no debate tiveram relação com a economia. Não poderia ser diferente, uma vez que na semana passada recebemos a notícia de que o Brasil entrou em recessão técnica após 2 trimestres de PIB negativo. Além dessa questão conjuntural, Luciana sempre defendeu que toda e qualquer mudança no país deve partir de uma restruturação da lógica da política econômica. “A política econômica é o que unifica os três candidatos do sistema: Dilma, Aécio e Marina. Hoje, 40% do orçamento do Brasil vai para sustentar as 5 mil famílias mais ricas do país. Essa é uma política que só concentra renda e prejudica os mais pobres. A saúde não recebe sequer 5% do orçamento do Brasil”, pontuou Luciana respondendo a pergunta que o candidato do PRTB, Levy Fidelix, fez sobre a dívida pública.

A presidenciável do PSOL defendeu ainda a auditoria da dívida para investigar irregularidades e uma reforma tributária. “Os três irmãos siameses não querem e não vão ir à raiz dos problemas. Só querem seu voto para ganhar a eleição. O PSOL defende uma revolução na estrutura tributária. Queremos regulamentar o imposto sobre as grandes fortunas para que as fortunas acima de R$ 50 milhões paguem uma alíquota de 5% ao ano. Com essa arrecadação, poderíamos dobrar o orçamento para educação”, pontua a candidata.

Logo em sua primeira participação no debate, Luciana Genro direcionou uma pergunta ao candidato do PSDB, Aécio Neves. Ela relembrou que o ex-presidente Fernando Henrique criou o fator previdenciário e desvinculou o reajuste dos aposentados com o salário mínimo, o que considera uma maldade. Durante a resposta, ficou claro que se eleito, o tucano manterá o fator previdenciário. “Estamos discutindo com o sindicato dos aposentados brasileiros formas de garantir um reajuste mais digno que garanta o poder de compra dessa categoria essencial ao desenvolvimento do país”, disse o candidato.

Fábio Braga/Folhapress

Fábio Braga/Folhapress

Na réplica, Luciana deixou claro porque se difere dos demais candidatos. “A proposta do PSDB são migalhas para os aposentados. Eles não vão acabar com o fator previdenciário, e nem desfazer essa desvinculação entre o reajuste do salário mínimo e as aposentadorias. Nem o Aécio, nem a Dilma, nem a Marina. Porque os três privilegiam os interesses dos bancos, os interesses dos milionários, em detrimento dos interesses da maioria do povo. O PSOL defende o fim do fator previdenciário, e a revinculação do reajuste dos aposentados com salário mínimo. É inaceitável que o cidadão se aposente ganhando três salários mínimos e em poucos anos esteja ganhando apenas um. É preciso valorizar aqueles que trabalharam pelo Brasil”, disse Luciana.

Nas considerações finais, a candidata do PSOL disse que o povo já não aguenta mais do mesmo. “As lutas do nosso povo, principalmente da juventude, tem mostrado que todos querem mais direitos, que não se aceita mais casos como do Amarildo e da Cláudia, que não se aceita mais a criminalização da nossa juventude, que não se aceita mais meios direitos para a comunidade LGBT. Por isso eu peço o seu voto e peço que você dê uma oportunidade para uma esquerda coerente. O PSOL tem os melhores deputados federais no Congresso Nacional, que têm compromisso com as causas mais importantes do nosso povo e da nossa juventude”, afirmou Luciana que ainda criticou o chamado “voto útil”. “Jogar o voto fora é votar num candidato que pode ganhar e que vai te decepcionar. Direitos Humanos não se negocia, direitos sociais não se entregam. É preciso ter lado, e o lado do PSOL é o lado do povo, nós estamos juntos com a juventude, com os trabalhadores, com os aposentados, com os servidores públicos”, finalizou Luciana Genro.